terça-feira, 18 de setembro de 2012

Nenhum sacríficio é vão.

Voltando para casa em um dia bem quente, eu achei uma colmeia de vespas aberta , como se a tivessem acertado com uma vassoura. Eu vi, e decidi então levar para cara, afinal tinham algumas larvas e um pouco de algo que seria o mel delas.

Levei para casa! Deixei na janela de um jeito que não pegasse sol e fiquei esperando pelas larvas se transformarem. Durou uma semana , até mais se duvidar, para que duas delas começassem a querer sair, buscar o mundo. Eu achei demais! Estava olhando a maravilha do nascimento de uma alma livre, pronta para voar! Mas então cai em um dilema : Ajudar ou não! Então decidi perguntar a minha avó, que já foi mãe 4 vezes e ajudou a cuidar de mim quando era recem-nascido. Perguntei como uma metafora a veradeira situação, perguntei se ela visse uma borboleta querendo sair do casulo, oque ela faria, se ajudaria a ela a sair ou deixaria a borboleta sair por conta propria.

E então ela respondeu que ajudaria a sair com cuidado. Foi aí então que se revelou a atitude extremamente protetora dela, que não deixaria seus filhos sairem por conta propria de seus casulos.
Fazer essa pergunta para ela fez com que ficasse duvidosa de mim, e até acusou de estar testando ela, que a pergunta que eu fiz era para ver algo sobre ela. Na verdade não era, era simples e puramente a verdade do que estava acontecendo para ver oque deveria eu fazer e como estava sem saber, fiz exatamente oque ela disse que faria.

Mas meu não percebi, por ser ingenuo, que eu estava na realidade matando a principal força que elevaria a vespa ás alturas e a ser livre: Sua força de vontade. Sua vontade de sair dali e de viver a vida, de ver o mundo. Ajudei as duas vespas a sairem ainda incompletas de seus casulos, causando então a morte das duas. Uma morte que nem sequer chegou a viver direito.

Foi então quando entendi diversas coisas no mundo e na natureza! Entendi que foram elas que escolheram estar comigo, para serem minhas professoras! Duas vespas menores que meu dente decidiram me ensinar como a vida é de verdade, que não se pode ter controle sobre nada. Que é melhor deixar a borboleta sozinha sair do casulo do que tirar o casulo dela. É mais belo dizer que ela é linda em toda a sua expressão, em seu vôo, do que ficar ancioso para vê-la voar logo.

Foi ai então que a natureza virou minha professora. Desde então nunca mais consegui reclamar com nenhum pernilongo, com nenhuma mosca.
Entendi então ,finalmente, o sacrificio de Jesus, o Cristo. Ele não fez isso para nos livrar do pecado, ou nada do genero. Ele fez para ensinar que a vida não se pode ser controlada, e ele aceitou que controlassem a vida dele. E ensinou que a morte não é grande coisa.

A morte é apenas o começo.

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